Imagine abrir uma mensagem importante no trabalho ou preparar um email para um professor e, de repente, surgir aquela dúvida sutil, que já ronda qualquer pessoa que lida com comunicação escrita: entre “destes ou desses”, qual seria a escolha correta? Se parecer apenas um detalhe, saiba que pequenos ajustes assim fazem toda a diferença na clareza e credibilidade da sua assinatura, transformando textos cotidianos em exemplares respeitados.
Negociar contratos, conversar com clientes, compartilhar informações em grupos familiares… Não existe rotina isenta desse dilema. E a verdade é que, independentemente do contexto, dominar o uso de “destes” e “desses” é uma habilidade que abre portas para relações mais autênticas, menos ruídos e maior confiança nas palavras.
Destes ou desses no português: afinal, qual é a diferença?
No universo da língua portuguesa, cada sílaba tem propósito e, frequentemente, detalhes aparentemente discretos podem transformar o sentido de uma frase. Usar “destes” ou “desses” corretamente é, na prática, compreender a diferença entre proximidade e afastamento em relação ao que está no texto ou no discurso.
O segredo está na proximidade
“Destes” serve para indicar algo muito próximo, frequentemente relacionado ao que está sendo falado ou ao locutor. Já “desses” sugere um afastamento: refere-se ao que está próximo do ouvinte ou interlocutor, mas não diretamente ligado a quem fala.
- Destes: indica proximidade com quem fala.
- Desses: denota proximidade com o receptor da mensagem ou algo mais distante do falante.
Exemplo aplicado à rotina:
- Se alguém estiver ao seu lado, apontando para livros sobre a mesa que ambos analisam, você pode dizer: “Gosto mais destes livros aqui.”
- Agora, imagine que a pessoa está distante, escolhendo livros do outro lado da sala. Pergunte: “Você prefere alguns desses livros aí?”
Compreender essa nuance é como perceber a diferença entre um aperto de mão e um aceno de longe: as duas formas têm sua hora e o impacto delas muda conforme o cenário.
Por que a confusão entre destes ou desses é tão comum?
Nem sempre a comunicação é uma linha reta entre emissor e receptor. Fatores como informalidade, regionalismos e até mesmo o ritmo apressado das conversas digitais podem embaralhar o uso correto de “destes” ou “desses”.
Palavras que expressam proximidade física ou temporal costumam confundir justamente porque exigem uma percepção do contexto – uma sensibilidade apurada para captar de onde parte a informação e para quem ela se destina.
História clássica: Imagine um casal organizando as roupas. “Posso guardar estes casacos?” (referência aos que estão na mão de quem fala) ou “Posso guardar desses casacos aí?” (indicando roupas próximas ao parceiro). Situações assim entregam, num instante, o real significado de cada escolha.
- O uso de “estes/estes” quando se refere ao que está próximo da pessoa que fala.
- O uso de “esses/desses” quando a referência está no espaço do interlocutor ou de uma terceira pessoa.
Dicas práticas para nunca mais errar entre destes ou desses
Separar a escolha certa exige atenção, mas alguns truques podem facilitar a decisão e, mais que isso, deixar seu texto muito mais elegante e claro.
- Observe o contexto: identifique com quem está a referência principal. A pessoa que fala está em posse do objeto? Use “destes”. Está mais próximo ao ouvinte? Prefira “desses”.
- Olhe para a descrição visual: imagine as pessoas e objetos: aquela caixa de chocolates aqui perto de mim são “destes chocolates”, já aquela caixa pertinho de você são “desses chocolates”.
- Aplique ao tempo: quando o contexto for temporal, “destes dias” costuma indicar dias contados a partir de agora, ao passo que “desses dias” normalmente aponta para um intervalo discutido anteriormente ou distante.
- Pense na escrita formal: em textos profissionais ou acadêmicos, a escolha certa ressalta seu capricho e compromisso com uma comunicação sofisticada.
Veja exemplos do cotidiano com “destes” e “desses”
A vida real está cheia de situações em que saber aplicar “destes” ou “desses” evita tropeços e soa natural. Aprender a diferenciar envolve sentir a fala, imaginar o ambiente e ajustar as palavras para torná-las instrumentos de clareza.
Exemplos práticos:
- No escritório: “Algum destes relatórios já foi revisado?” (referindo-se aos que estão ao seu alcance).
- Em família: “Posso pegar um desses pedaços de bolo que sobraram aí?” (o bolo está mais próximo do outro).
- Durante uma conversa: “Não gostei destes argumentos que você apresentou.” (referindo-se às ideias ditas pelo interlocutor, próximas à conversa).
- Ao aprender sobre algo novo: “Você já leu algum destes artigos que saíram nesta semana?” (referência a publicações recentes).
Observe sempre o ambiente, a localização dos envolvidos e o tom do diálogo. Essas pistas trazem naturalidade tanto ao português falado quanto ao escrito.
Quando trocar um pelo outro pode mudar o sentido
Confundir “destes” com “desses” é como trocar direção no GPS sem perceber – quando menos se espera, o destino pode ser outro! Trocas sutis alteram quem recebe a referência ou a distância proposta, o que pode causar desentendimentos, sobretudo em situações formais.
- “Vamos falar destes projetos agora” diz respeito a projetos em pauta naquele momento ou próximos a quem fala.
- “Vamos falar desses projetos agora” pode afastar um pouco, remetendo a projetos que talvez nem estejam visíveis, mas fazem parte da conversa de outra pessoa ou grupo.
A precisão no uso fortalece uma comunicação eficaz e também contribui para que todas as partes envolvidas estejam alinhadas e seguras do que está sendo discutido.
Erros mais frequentes e como evitá-los
Com a correria dos dias, escorregões acontecem – e não é raro ver “destes ou desses” trocados em emails, projetos e até fóruns de internet. O segredo está em cultivar o hábito de fazer uma rápida revisão antes de finalizar um texto ou mensagem.
- Leia em voz alta: muitas vezes, o ouvido identifica mais rápido o que soa natural.
- Pergunte a si mesmo: estou falando do que está perto de mim ou de quem me escuta?
- Peça feedback: nas dúvidas, compartilhe com alguém de confiança. Uma segunda opinião ajuda a evitar deslizes.
Faça dos detalhes um diferencial e surpreenda pessoas ao seu redor com domínio cada vez mais confiante do português. Agora é hora de aplicar o que aprendeu e olhar para outros desafios do idioma com curiosidade e leveza.
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